MASSINGUITANA


Wua swi lava ku um vona massinguitana?
É uma questão

Eis a pergunta de pessoas depreciadas1 de comportamentos a preços que desvalorizam o valor;
Que na melancolia da solidão feliz da vida vão despindo o seu santuário a preto e branco ou mesmo a cor;
Uns por puro prazer da vida;
Outros buscando o pão de cada dia;

Mais recuando um bocadinho, a fita da cacete ou mesmo o disco da vida;
Ai recordo – me da calcinha encarnada da vovó maria
Como ela amava as noites culturais celebradas em seus aposentos com o seu falecido esposo em vida;

Numa tarde quente com o soprar de um ar polar da Antártida pendurada na parede em cima da porta;
La estava mais uma vez a família reunida, para escutar o magazine cultural;
Quando láaaa no fundo sonoro podia sentir – se o enfarte radiofónico da música seguinte perguntando;
“wua swi lava ku um vona massinguitana”
E a minha sencível e também humana vovo Maria
Que de ferro não tinha nadinha, não resistiu ao feitiço e pulou com euforia, pernas para o ar, se dladlalatelando, la de baixo se conseguia ver o lhecar;
De um elástico gasto da calcinha da reunida vovó Maria, que ao som se matava de tanto galgar os bips sonoros num dilapidar2de suas forças, mostrava os profundos, nhecados e cançados orifícios da vida,
Mostrando o massinguitana;

E ao galgar dos movimentos do massinguitana, o corte de energia que tentava salvar a nossa vovó Maria ora encantada, viu sua missão fracassada; pois nós, já tínhamos os olhos viciados e sintonizados a frequência hifémica, que por mais parada que estivesse, massinguitana repetia – se nas nossas cabeças, pois já não se pensava com a cabeça de cima, não enquanto a de baixo estivesse enfurecida
E no silêncio ensurdecedor daquela música ora parada, temerosos3 continuávamos na esbelta vontade de continuar vendo o caminho de volta para casa;
Não nos deixamos abalar com a situação, e de cabeças abaixadas a espreita, continuámos na ininterrupta euforia cantando “na swi lava ku um vona massinguitana inah unga nyimi vovó Maria”;


Convívio alastrado de vizinhança para vizinhança,
Outros com cordões e laços vermelhos nada importava;
Embebedados e incosciêntes faziam coisas que até o próprio cego admirava;
Pois estavão enfeitissados com o masinguitana
Vergonhosamente
A árvore genológica entre sí já crusava;
Era a 3 ni ku tsova, a 4 ni ku kattla, pois os seus frutos para traz não ficavam;

Era pai e filha ni ku ketlho, visinho comadre e amiga, ni ku dentro;
E os métodos de prevenção eram contados como empresa falida;
Uns obrigados, uns violentados, uns por puro prazer da vida;
E outros em busca do pão de cada dia;


E no dia do teste final desta vida;
O santuário já não era preto e branco, já tinha cor, cor quente e viva;
Pois a vermelho, estava o laço do prémio destas almas vencidas…
Vencidas por SIDA;
Graças ao Massinguitana;


Wua swi lava ku um vona massinguitana? É uma questão!!!

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